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Uma das soluções apontadas para reduzir o impacto do consumo no meio ambiente é a substituição do plástico tradicional pelo biodegradável. No entanto, essa é uma crença bastante equivocada, já que o plástico biodegradável possui características que o tornam um agente poluidor, não representando a melhor opção do ponto de vista ambiental.
O plástico biodegradável não se decompõe na natureza
A degradação dos polímeros que compõem o plástico biodegradável não é alcançada facilmente de maneira natural. Alguns polímeros como o PLA (ácido polilático) precisam de altas temperaturas para a degradação, que chegam a níveis industriais como acima de 60°C. Em alguns casos, é necessário alcançar condições específicas, como a concentração ideal de enzimas, cepas de microorganismos, temperatura, valor de pH, umidade, suprimento de luz e de oxigênio encontrados raramente em ambientes naturais, para que a decomposição do plástico biodegradável ocorra.
Além disso, a decomposição de plásticos oxi-biodegradáveis pode liberar micro fragmentos de plásticos e de metais no ambiente, mas os efeitos no solo, água, flora e fauna ainda não foram bem compreendidos.
Vários países têm adotado ações regulatórias em relação a esses plásticos. Por exemplo, desde 2015, a França tem banido sacolas e embalagens feitas do material e a União Europeia proíbe produtos feitos de plástico oxo-degradáveis desde 2019.
Apesar do termo “biodegradável”, trata-se de um agente poluente
Um estudo conduzido pela Universidade de Plymouth analisou o tempo necessário para o desgaste das sacolas plásticas tidas como biodegradáveis.
Elas foram separadas em três grupos, expostos por três anos em ambientes diferentes: ar, terra e mar.
As sacolas que ficaram ao ar livre viraram fragmentos, o que não significa que foram degradadas, apenas dividiram-se em pedaços menores, fato que pode contribuir para a poluição por microplásticos. Já as que foram enterradas ou que ficaram no mar continuaram inteiras e ainda resistentes, podendo ser utilizadas para o transporte de mantimentos.
Além disso, quando misturados com plásticos comuns, os plásticos biodegradáveis podem contaminar o fluxo de reciclagem, reduzindo a possibilidade de reaproveitamento do material.
O termo “biodegradável” leva o consumidor a entender que o material pode ser descartado diretamente, conduzindo a um comportamento que pode ser bastante prejudicial ao meio ambiente.
Embora o plástico biodegradável tenha despertado a atenção e provocado um certo entusiasmo entre os ambientalistas, essas informações mostram que essa ainda não é a melhor opção no que diz respeito à redução da poluição provocada pelo plástico.
A alta durabilidade das resinas plásticas deve ser vista de maneira positiva, com base nas possibilidades de reaproveitamento do material. Ele demora anos para que realmente precise ser descartado. Se, ao chegar nesse ponto, o plástico for depositado em pontos de coleta e reaproveitado, pode reduzir muito o consumo de água, energia e outros recursos necessários para a fabricação do material primário, sem o ônus da contaminação do ambiente e da produção de microplásticos, que agravam ainda mais o problema.
Fontes
https://www.oecd-ilibrary.org/sites/bb1ff6fa-en/index.html?itemId=/content/component/bb1ff6fa-en