Os polímeros são amplamente aplicados na construção civil, graças a características como capacidade isolante e impermeabilidade. Com o aumento da preocupação com as questões ambientais e com a reciclagem, os fabricantes agora buscam uma análise cuidadosa do fim da vida útil desses materiais, avaliando descarte, geração de resíduos e introdução na economia circular. Atualmente, coberturas, placas de teto, pisos e até mesmo concretos de alto desempenho incorporam plásticos reciclados.

O PVC ganha cada vez mais espaço

O PVC é um material extremamente versátil. De fácil fabricação, pode ser flexível (cortinas de banheiro, pisos, filmes adesivos etc.) ou rígido (como em tubos, por exemplo). Quando todas as suas qualidades são analisadas em conjunto, fica difícil não vê-lo como um material com recursos surpreendentes. Ele é usado, por exemplo, em tetos tensionáveis, muito populares em residências de alto padrão, hotéis e restaurantes premiados.

Por muito tempo, os tetos tensionáveis foram valorizados principalmente pelo brilho, mas desde então mostraram muitas outras qualidades. Graças a novos sistemas de fixação, ganharam uma dimensão extra e podem assumir os mais diversos formatos. Atualmente, são projetados com softwares 3D e cortados diretamente na fábrica para maior precisão e redução de desperdício. Eles são montados no local e colados a quente para tornar as emendas completamente invisíveis. O resultado atende perfeitamente às expectativas. Suas formas suaves e arredondadas transmitem tranquilidade e uma sensação de bem-estar.

Mas eles não se destacam apenas pela estética; também desempenham um papel importante no isolamento acústico. Um teto com formato ondulado, por exemplo, é ideal para difratar ondas sonoras e evitar o efeito de “zumbido” comum em grandes salões. Além disso, as propriedades intrínsecas de absorção sonora do polímero ampliam ainda mais as características acústicas oferecidas pelo design do teto.

Com os tetos tensionáveis, o PVC fez uma entrada brilhante no mundo do luxo. Além de absorver o som, esses tetos também interagem perfeitamente com a luz. Dependendo do grau de opacidade e da cor da tela, a luz se difunde de diferentes maneiras, proporcionando aos designers de interiores uma ampla gama de possibilidades para criar a atmosfera desejada. O brilho natural do PVC o torna um material particularmente adequado para interagir com a luz. Baseando-se nesse princípio, a empresa francesa Barrisol, líder mundial em tetos tensionáveis, desenvolveu uma nova linha de tetos que incorporam diretamente um conjunto de LEDs em seu tecido. O segredo está na combinação de fibras de polímero e vidro. Os efeitos visuais são impressionantes, e a sensação de espaço e profundidade pode ser um tanto desconcertante à primeira vista. Claro, todas as cores são possíveis.

O PVC é o polímero mais utilizado na indústria da construção. No início dos anos 2000, quando a expressão “aquecimento global” ainda não era amplamente discutida, seus fabricantes organizaram uma iniciativa genuína de reciclagem baseada na participação voluntária. Chamada de VinylPlus, essa iniciativa reciclou 6,5 milhões de toneladas de PVC em 20 anos — um número impressionante, considerando que seus idealizadores começaram do zero.

Do conforto à economia de energia, os polímeros superam expectativas

Para muitos, aumentar o conforto doméstico continua sendo uma prioridade ― algo que muitas vezes impacta a conta de energia.

A Arkéma, fabricante de polímeros, construiu uma casa que funciona como um “laboratório a céu aberto”, integrando essas duas preocupações. Batizada de SmartHouse, ela será gradualmente equipada com as mais recentes inovações da empresa para testes em condições reais. Os resultados serão conhecidos por volta de 2030. Enquanto isso, algumas soluções já se mostraram eficazes, como suas janelas cujos caixilhos incorporam minúsculas esferas de Siliporite©, um material que absorve 1/3 de sua massa em água e, assim, evita a condensação. Além disso, um revestimento chamado Certincoat® SunE permite a passagem da luz visível, mas impede a fuga do calor, proporcionando uma economia de até 30% nos custos de aquecimento.

Para alcançar um alto nível de eficiência energética, os projetistas focaram na vedação térmica do edifício. Optaram por um sistema desenvolvido no Canadá que integra o isolamento diretamente na alvenaria. O concreto é despejado dentro de blocos de fôrma feitos de poliestireno reforçado, criando um isolamento duplo (interno e externo) desde a fase inicial da obra. Essa solução não apenas melhora o isolamento térmico e acústico, mas também garante total impermeabilidade. Para aprimorar ainda mais o desempenho do concreto, a Arkéma adicionou aditivos superplastificantes, que aumentam a fluidez e evitam a formação de bolhas de ar ― um fator essencial na penetração da água.

Isolamento: os polímeros estão mais leves e eficientes

Quando o assunto é isolamento térmico e acústico, os plásticos já demonstraram sua eficácia. No caso da absorção sonora, a espuma de poliuretano é a mais utilizada, conhecida há décadas por suas excelentes propriedades isolantes, facilidade de aplicação e custo relativamente baixo.

Outros materiais inovadores surgiram recentemente, como o Neopor©, um derivado do poliestireno expandido enriquecido com grafite, desenvolvido pela BASF. Esse material está entre os mais isolantes do mercado, pois suas partículas de grafite refletem a radiação térmica como um espelho, reduzindo a perda de calor. Assim, com menos matéria-prima, ele oferece a mesma capacidade de isolamento de materiais seis vezes mais espessos, como a lã de rocha. Além disso, pode ser aplicado tanto em ambientes internos quanto externos, tornando-se uma escolha popular para reformas e construções novas.

Revestimentos: mais do que uma simples cobertura

Por muito tempo, os revestimentos de fachadas eram feitos de metal por serem fáceis de instalar e baratos ―  uma solução ideal para galpões e armazéns. No entanto, a partir dos anos 2000, o design desses materiais evoluiu.

Mais uma vez, o PVC permitiu grandes inovações graças à sua capacidade de imitar diversas texturas. Alguns fabricantes desenvolveram fórmulas para que o PVC parecesse madeira, resultando em revestimentos amplamente utilizados no norte da Europa, onde há uma forte tradição de construções em madeira. Além de sua estética, esses revestimentos são livres de manutenção e resistentes a condições climáticas extremas.

Pisos plásticos: os queridinhos da decoração

Desde os anos 2000, os pisos plásticos evoluíram significativamente. Novas formulações adicionaram uma camada de verniz de poliuretano, que melhora o brilho e a resistência à abrasão. Eles podem ser reforçados com fibra de vidro para maior estabilidade e rigidez.

Os pisos de PVC são hoje os mais usados em ambientes comerciais e residenciais. Graças à tecnologia moderna, podem imitar madeira, cerâmica, pedra, cimento queimado e até mesmo juntas de azulejos. Além da estética, são resistentes à umidade, calor, gordura e possuem propriedades antiderrapantes.

Já os pisos de resina epóxi, antes restritos a estacionamentos e centros comerciais, agora conquistaram ambientes sofisticados. Decoradores e arquitetos vêm recomendando esse material para clientes exigentes, pois sua superfície lisa e brilhante proporciona um visual luxuoso e moderno.

Os polímeros estão revolucionando a construção civil ― e essa revolução está só começando.

Fonte:

https://plastics-themag.com/Polymers-in-a-comfortable-position