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Cientistas brasileiros desenvolveram uma nova abordagem que aprimora a absorção de um medicamento para Alzheimer utilizando uma nanofibra feita com polímeros (plásticos). A técnica permite uma liberação prolongada do fármaco, ajudando a retardar o progresso da doença.
A pesquisa está sendo conduzida no Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade do Vale do Paraíba (Univap), localizado em São José dos Campos, São Paulo. A investigação é liderada pela doutoranda Geisa Salles, sob a orientação do professor Anderson Lobo.
Os testes iniciais no laboratório avaliam a eficiência dessa nanofibra, que lembra um filamento de algodão, e os resultados indicam que a durabilidade do medicamento pode ser ampliada em cerca de 30%.
Durante o estudo, os pesquisadores já conseguiram criar o nanomaterial contendo o fármaco utilizado no tratamento do Alzheimer. Ensaios realizados em células in vitro, que simulam o comportamento da doença, têm demonstrado resultados promissores.
Os cientistas estão otimistas e acreditam que o avanço pode contribuir significativamente para o tratamento da doença.
Como o plástico pode ajudar?
O método, chamado nanotratamento, combina polímeros (plásticos) com peptídeos (proteínas) para criar uma fibra subcutânea. Essa fibra é capaz de liberar o fármaco na corrente sanguínea de forma contínua.
Dessa forma, em vez de tomar o medicamento em uma única dose, o que exige do corpo a absorção imediata de todo o conteúdo, o nanotratamento proporciona uma liberação gradual e sustentada do fármaco no organismo. A fibra também permite uma assimilação mais eficaz e prolongada.
Com uma espessura de apenas 800 nanômetros, a fibra é praticamente invisível a olho nu. Ela é integrada ao medicamento, que é importado do Reino Unido, por meio de uma técnica chamada eletrofiação. Esse processo envolve o uso de uma agulha energizada que produz os filetes de nanofibra, formando o material que será implantado sob a pele.
Quais são as possíveis aplicações?
Os pesquisadores ainda estão avaliando como a fibra será introduzida no corpo de pessoas com Alzheimer. Uma possibilidade em estudo é a utilização de um adesivo semelhante aos usados para cessação do tabagismo. A equipe também está investigando em qual estágio da doença a aplicação será mais eficaz.
De acordo com os testes realizados em laboratório, o tempo de absorção do medicamento nas células infectadas pela doença é um dos aspectos mais destacados. Os resultados indicam que o fármaco é liberado no tecido sanguíneo ao longo de 10 horas. Atualmente, os medicamentos disponíveis possuem um tempo de ação de aproximadamente 7 horas. Esse ganho de 3 horas pode representar uma melhoria significativa na eficácia do tratamento.
Quais são os benefícios do uso de polímeros?
O emprego de polímeros no processo oferece vantagens importantes, como a biocompatibilidade e a biodegradabilidade do material. Após a implantação do nanodispositivo, não há riscos de dependência ou efeitos colaterais.
A pesquisa está agora na segunda etapa, com testes em células animais que possuem características similares às do Alzheimer, a fim de observar os efeitos do nanomaterial após sua aplicação.
Fonte:
https://plasticovirtual.com.br/plastico-pode-compor-medicamento-contra-alzheimer/