Banir plásticos é ameaçar a vida selvagem

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Banir plásticos é ameaçar a vida selvagem

banir plásticos

Pergunte a um ambientalista como combater a poluição dos oceanos, e você provavelmente receberá uma série de propostas de regulamentações e proibições de canudos plásticos a sacolas de supermercado. A má gestão de resíduos e o lixo são preocupações legítimas, mas proibir plásticos sintéticos na esperança de obter alternativas “naturais” faria mais mal do que bem para o meio ambiente.

Embora pareça contra-intuitivo para alguns, os plásticos sintéticos reduziram os impactos ambientais sérios associados à colheita de recursos renováveis semelhantes da vida selvagem e do meio ambiente em geral. Como aponta o defensor ambiental Michael Shellenberger em seu livro “Apocalypse Never: Why Environmental Alarmism Hurts Us All” (“Apocalipse Nunca: Por que o Alarmismo Ambiental nos Prejudica a Todos”), “Devemos superar o instinto de ver os produtos naturais como superiores aos artificiais.”

Considere o fato de que muitos produtos — pentes, jóias, teclas de instrumentos, bolas de bilhar e outros itens úteis — eram feitos de plásticos naturais derivados de presas de elefantes, cascos de tartarugas e ossos de animais. À medida que a população humana cresceu, também cresceu a demanda por esses materiais, e as populações de vida selvagem sofreram. De fato, Shellenberger acredita que a descoberta dos plásticos ajudou a evitar a extinção da tartaruga-de-couro, da qual ele disse que nove milhões haviam sido mortas desde 1844.

Os elefantes também poderiam ter desaparecido sem os substitutos sintéticos para o marfim. A demanda por marfim disparou no início do século 20, particularmente devido ao seu uso para bolas de bilhar. Em “Plastic: The Making of a Synthetic Century” (“Plástico: A Criação de um Século Sintético”), Stephen Fenichell observou que apenas uma em cada 50 presas apresentava a qualidade necessária para fazer uma única bola de bilhar, representando uma séria ameaça às populações de elefantes.

Durante a década de 1860, os preços do marfim eram tão altos que um varejista de bolas de bilhar fez anúncios em jornais por todo o país oferecendo uma recompensa de 10.000 dólares para quem encontrasse um substituto adequado. O químico Leo Baekeland eventualmente encontrou um, misturando formaldeído e fenol para criar um plástico que ele chamou de Bakelite (consideravelmente menos inflamável do que o celulóide, outro plástico inicial).

O Bakelite reduziu a necessidade de marfim, bem como de outros plásticos naturais de tartarugas e outros animais com chifres. Além de bolas de bilhar, ele se mostrou valioso para a fabricação de muitos produtos, incluindo isolamento de fios e produtos de consumo como telefones, rádios, relógios, pentes, jóias e muito mais.

Juntamente com outros plásticos sintéticos descobertos mais tarde, o Bakelite não só reduziu a necessidade de caçar animais selvagens, como também ajudou a liberar terras para habitat de vida selvagem e biodiversidade. Se o mundo tivesse que depender exclusivamente da borracha natural, por exemplo, precisaríamos de muito mais grandes plantações de borracha. Felizmente, durante a década de 1930, cientistas da empresa DuPont desenvolveram uma borracha sintética comercialmente bem-sucedida, que foi essencial para atender à demanda por pneus em meio ao crescente mercado de automóveis, entre outras coisas.

Da mesma forma, tecidos sintéticos como vinil, náilon, acrílico e poliéster agora complementam materiais derivados da natureza, como couro, algodão, seda, lã e juta. Hoje, cerca de 60% das necessidades têxteis do mundo são atendidas por produtos sintéticos, segundo o pesquisador Indur Goklany. “Por causa do uso generalizado de fibras sintéticas”, ele observou em um artigo para o Cato Institute, “pelos e peles são amplamente considerados antiquados, pouco fashion e desnecessários. Isso pode ser parcialmente responsável pelo retorno dos castores e outros animais selvagens.”

Até mesmo os acabamentos de madeira sintética—especialmente o poliuretano—reduzem a necessidade de cultivo e o uso de energia relacionados ao transporte de lugares distantes. A alternativa “renovável” e “natural” exige florestas especiais na Índia e na Ásia, onde os “insetos lac” secretam resinas necessárias para produzir a goma-laca.

Considere como o planeta seria se todos os plásticos usados para esses muitos produtos de consumo precisassem ser originados de recursos renováveis. Seria necessário muito espaço para expandir plantações de borracha, florestas de árvores que abrigam os insetos lac, amoreiras para o habitat dos bichos-da-seda, plantações de algodão, fazendas de gado e ovelhas, e muito mais.

Claro, precisamos lidar com a poluição dos oceanos, mas devemos focar na origem do problema—o mau gerenciamento de resíduos —e não em soluções que possam exercer uma pressão indevida sobre as populações da vida selvagem.

Fonte:

https://insidesources.com/if-you-care-about-wildlife-oppose-plastics-bans/

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